quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A minha primeira pescaria!

Hoje vou-vos contar a minha primeira pescaria, pelo menos a que me lembro por ter tido algumas situações engraçadas.

Era novito, não me lembro a idade, quando o meu tio me levou à marina de Leça da Palmeira para fazermos uma pescaria de tainhas à bóia e quem sabe robalos ao fundo. Lembro-me que estava sol e o local estava cheio de pescadores. Lá chegamos a meio da manhã e começamos a preparar o material, ou seja, eu a olhar para o ar enquanto o meu tio preparava tudo! Vi a colocação do carreto na cana, a passagem da linha nos passadores, a colocação da chumbeira correta em relação à cana e o nó no anzol! Claro que na altura não percebi nada, mas foi fixe lembro-me bem.
Lá peguei no isco para os robalos, a chamada bicha da foz, que são basicamente minhocas da foz do rio, e coloquei no anzol. O meu tio explicou-me como se fazia os lançamentos e lá peguei na cana... preparei-me, foquei na coisa, e lancei... um lançamento perfeito pensei eu enquanto olhava para o meio da água há espera de ver a chumbeira bater na água... pelo canto do olho percebo que o meu tio faz o mesmo muito atento. De repente ouço um gemido!!!! UPS, já fiz asneira pensei eu a rir-me... pois, olho para o lado, vejo o meu tio com a mão na cabeça e a dizer "que nabo me saíste!..."! Então não é que larguei a linha cedo de mais no lançamento e a chumbeira fez ângulo de 90graus para o ar e caiu mesmo em cima da cabeça do meu tio?! Podem pensar que é mentira mas é verdade... Este foi o primeiro lançamento que fiz na vida e devo dizer que foi o mais certeiro de todos. Tinha água com fartura há minha frente, tinha cimento e pedra que chegasse à minha volta no molho da marina e fui logo acertar na careca do meu tio! Brilhante!.. Tentei mais vezes e nunca mais consegui!
Tentei novamente e consegui lançar em condições. A chumbeira já caiu à nossa frente uns 10 metros... nada mau diz o meu tio. "Deixa ficar aí que acertaste mesmo onde estão os grandes!" Vim a saber mais tarde com a experiência que era apenas ele a evitar mais lançamentos desastrosos que poderiam acertar e lesionar alguém ali perto de nós! A verdade é que não sei se os grandes lá estavam mas que tirei um cachote ou robalo pequeno tirei! E chegou-me para alegrar o meu dia.
Nesse mesmo dia aprendi também a pescar de bóia. Foi bem engraçado, fartei-me de tirar taínhas e até consegui perder 2 bóias porque acertava sempre contra a parede e os anzóis ficavam lá presos e lá se iam as bóias, anzóis e chumbeiras...
Mas que foi uma estreia na pesca em grande foi! Acertei numa careca de 3cm por 3cm, pesquei um robalo, algumas taínhas, perdi material de pesca e passei um dia bestial, a relaxar junto ao mar enquanto esperava pela próxima picadela...

Ainda hoje tenho noção que são estes pequenos momentos que nos marcam para a vida e que nos fazem depois ficar apaixonados para uma vida por determinados desportos!

Boas entradas a todos vós. Que 2015 traga felicidade e saúde.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Caça - Montaria na Herdade da Contenda

Hoje vou-vos contar o que foi a minha experiência na Herdade da Contenda, em Moura, Alentejo.
Certo dia comentava eu com a minha namorada, "caramba, ando cheio de vontade de ir à caça e não me aparece oportunidade nenhuma de ir fazer o gosto ao gatilho". Responde ela "és mesmo trengo, se não procurares não encontras!" Nesse dia fomos almoçar ao Clube de Tiro de Matosinhos com o nosso amigo e Presidente do Clube Paulo Azevedo e depois de variadas conversas acabou por me convidar para ir com ele às perdizes a Castelo Branco. Aceitei de imediato cheio de vontade de ir passear pelo monte e respirar um ar diferente do da cidade.
Nesse mesmo dia, chego a casa, conto ao meu pai o que vou então fazer e diz-me ele assim "o nosso amigo Sampaio Maia precisa de companhia para ir a uma Montaria na Herdade da Contenda no Alentejo, queres que lhe ligue a perguntar se quer a tua companhia?". Nem pensei duas vezes, liga-lhe e diz-lhe que estou disponível disse eu! E depois acrescentei "Se ele precisar de alguém que conduza, lhe tire as botas no final da caça e que lhe carregue a arma dum lado para o outro, cá estou eu! Zé Bruno, mochileiro ao seu dispôr!"
Chegado o dia, lá fomos nós rumo ao Alentejo. Foi uma viagem relaxada, sem grandes pressas e com boa conversa.
Paramos num cafezito conhecido para comer as óptimas empadas de galinha e esticar as pernas. Aproveitei e apreciei os capotes alentejanos que são bem giros diga-se. Até apetecia comprar logo ali um mas... não foi para isso que lá fui!
Continuamos a nossa viagem e desta vez fomos diretos a Moura. Terra bonita e agradável, fora o "briol" que se fazia sentir na altura. Deixamos as malas no hotel e fomos até Espanha comer uns petiscos ao "Rafa", espanhol conhecido por esse nome que nos serviu entre outras iguarias, espargos fritos com ovo, que são... UMA DELÍCIA! Aconselho. E ali ficamos na conversa! O verdadeiro convívio.

Sábado de manhã arrancamos em direção à Herdade para a dita montaria. Mal chegamos fomos logo brindados com abraços e boa disposição por parte dos amigos que só vemos de quando a quando. Ambiente divertido e acolhedor, com o pequeno-almoço já pronto para que os caçadores estejam de barriga bem cheia preparados para o ato venatório.
Antes de arrancar para o monte, ouvimos as regras, cuidados a ter e outras chamadas de atenção por parte da organização da montaria. Todo o cuidado é pouco quando se tem armas na mão...

Ora, fiquei na armada 1 porta 4... Vamos lá ver como corre pensei eu. Alguns diziam que ia ser bom, outros que iria ser uma desgraça que estávamos perto de mais do limite da "mancha a montear". Eu estava mais numa "seja o que for, eu quero é ir para o monte!". Durante a deslocação para o posto, fui conversando e apanhando chuva como manda a regra do caçador duro. Nunca dando a parte fraca mas gelando por dentro até ao tutano! Mal cheguei ao posto estava pior que se tivesse caído a uma piscina, "jasus deus me livre se continua a chover assim...arre!" pensei eu! Mas com o entusiasmo da caçada nunca mais me lembrei do frio... qual frio!

Lá tive de andar uns bons 300 metros pelo meio do mato até ao meu posto, maravilha. Até aquele pequeno percurso me fez relembrar os tempos militares em que dava tudo para poder ir fazer uns exercícios para o mato com os camaradas. Assim é que é bom. Disto é que eu gosto!
Mal cheguei avistei um veado a saltar à minha frente. Olhei em redor e num alto vejo 4 veados machos atentos a tudo o que se passa, vendo movimentações de pessoas, ou seja, os ditos caçadores e monteiros. Soltam-se os cães e todos os animais selvagens na zona começam a fugir deles. Os cães não têm pernas para os veados. Começam eles a correr e nos primeiros 20 metros já levavam avanço de uns 50... impressionante. Animal imponente. Corta o mato como se fosse um elefante... É que nem mossa faz!
Continuo a ver os cães a "varrer" o monte à procura de bichos. É uma algazarra engraçada, ouvem-se latidos, ladras, os berros dos monteiros a incentivar os cães, uma alegria! Pelo meio sentimos a chuva na cara, vemos as aves, o riacho à frente a correr cada vez mais devido a chuva. Que maravilha, como é possível não se gostar disto?! A montaria continua, vejo veados a passar por mim, javalis... cães! Que maravilha de manhã que se passa na caça.
Acabada a montaria, voltamos ao ponto de encontro, vemos as reses abatidas, contamos as nossas peripécias enquanto comemos juntamente com os nossos amigos. Bebemos um copo ou dois, comemos mais, conversamos mais... Nem apetece vir embora. Está-se tão bem assim! Mas tem de ser, a festa acabou. Despedimo-nos de toda a gente, metemo-nos no carro e lá voltamos para o Norte. Sempre na conversa, falando de tudo e mais alguma coisa.

Esqueci-me de dizer que consegui caçar um veado e um javali no meio disto tudo. Mas isso é uma pequena parte do que é caçar. Caçar é um estado de espírito, uma maneira de encarar o mundo selvagem e fazer parte dele. Eu adoro premir o gatilho, mas adoro tudo o resto também ao ponto que sempre que vou à caça nunca venho triste ou insatisfeito. Porque eu o que quero mesmo é fazer o que gosto, que é caçar.

Despeço-me de todos vós desejando um óptimo dia 24 e muitas prendas para logo à noite!
JBN

Início do blog. Feliz Natal 2014

Não sei bem porquê mas ontem dia 22 de Dezembro de 2014 decidi criar o meu blog.

A verdade é que sempre achei incrível o facto de falar sobre caça e as pessoas associarem a matanças, ou quando falo de pesca associarem a grandes "secas" junto ao rio de cana na mão quase a adormecer de tédio. É que na verdade, qualquer pessoa que tenha uma paixão sobre algo, o facto de o fazer traz-lhe mais prazer do que os olhos de terceiros conseguirão alguma vez perceber sem experimentar.
Eu gostava sinceramente de que ao longo dos anos, vários leitores mudassem a sua mentalidade sobre os meus hobbies. Especialmente sobre a caça.

Mas primeiro, a minha história... Chamo-me José e tenho 31 anos, nascido e criado em Leça da Palmeira, terra mais bonita de Portugal para quem não sabe! Tive uma juventude saudável, cheio de liberdade mas sempre com juizo(excepto as loucuras de quem é novo claro). Aos 19 anos ingressei nas Forças Armadas alistando-me nos Comandos e cumprindo 6 anos do meu dever cívico. Durante estes 6 anos fui destacado para Timor-Leste 6 meses, e Afeganistão por duas vezes à volta de 6 meses cada missão. Foi uma experiência e tanto que poderei partilhar mais informação se me for pedida pelos leitores. Quando saí do Exército, decidi seguir um projeto com a minha namorada e o meu sogro na venda de têxteis.

Bem, agora vamos à minha paixão com o ar livre e Natureza e tudo o que isso me proporciona...

Quando era pequenino andava sempre ansioso por ir com o meu pai à caça, ou então com o meu tio à pesca. Mas uma coisa de cada vez...
Teria eu uns 8 anitos e o meu pai começou a meter-me o vício do tiro desportivo. Era algo que fazíamos todos os sábados e domingos, aquilo é que era vida. Ia para lá, conversava com os amigos, dava uns tiros, brincava, fazia palhaçadas e voltava para casa todo roto à espera do próximo dia para repetir o feito. Ao longo dos anos fui melhorando a minha pontaria e hoje em dia ainda pratico tiro desportivo, em que o meu último auge foi em 2013 em que fiz parte da Seleção Nacional no Campeonato do Mundo de Tiro às Hélices. Esta minha paixão continua, não tanto pelos tiros mas pelo divertimento e convívio que me proporciona com os meus bons amigos desportivos.

Sobre a caça não há muito a dizer na verdade, é simplesmente uma paixão eterna que só quem a consegue no fundo entender é que conseguirá algum dia apreciar o verdadeiro valor de poder caçar e comer um animal que foi verdadeiramente livre! Aqueles momentos inesquecíveis do silêncio barulhento da Natureza no seu estado mais puro em que estamos só nós, as aves, os insectos, a terra fresca, a brisa do ar e a incerteza de conseguirmos enganar e caçar alguma peça de caça, poder disfrutar do momento e mais tarde do seu sabor à mesa com a família e amigos. A caça meus amigos, é mais do que dar tiros, é uma forma de viver a vida em sintonia com a Natureza no seu estado mais puro!

Então agora se formos falar de pesca aí é que eu me perco, são tantas as razões para podermos gostar de pesca que até os dedos se queixam de tanto escrever, e então vou resumir para mais tarde aprofundar. A pesca para mim é algo que faço desde cedo, desde que consegui pegar numa cana de pesca no Porto de Leixões e que tirei a minha primeira sargueta fiquei para sempre viciado. Mais tarde comecei a pescar robalos e douradas ao fundo... passando depois para os achigãs, o meu verdadeiro vício. No meu blog vou contar histórias de pesca, locais para pescar e muito mais. Nunca se esqueçam, Catch&Release sempre! Ou seja, a pesca dá-nos a possibilidade de podermos disfrutar de algo em que podemos devolver a vida ao seu habitat. Pesque&Liberte sempre que possa, a alegria de hoje pode ser a alegria de alguém amanhã também.

Bem, já perceberam que o blog vai andar sempre à volta do mesmo... Pesca, caça, tiro e Natureza. Se nós somos animais, então para quê falar de coisas fúteis.

Aproveito desde já para desejar Bom Natal e Próspero Ano Novo para os visitantes do blog.

Cumprimentos e até breve.
JBN