terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Habitat para Black-Bass Achigã [Parte I - Áreas de desova]

Há muitos anos que os caçadores acordaram para a vida e viram a ligação entre um habitat saudável e uma abundante vida selvagem. Agora os pescadores estão a fazer a mesma associação, reparando que os melhores pesqueiros são aqueles que têm as melhores condições em termos de habitat.

Infelizmente, em Portugal ainda estamos muito longe de fazer o mínimo pelas espécies que tanto prezamos. Neste texto irei falar sobre a espécie de água doce que mais prazer me dá de pescar que é o Achigã.
Mas boas notícias, com este texto, quero acreditar e sei, que muitos dos que vão ler, irão ter uma atitude diferente e melhorar as condições dos habitats para que as espécies-alvo melhorem ao longo dos anos.

Áreas de desova - criação e melhoramento

Como todos sabemos, se queremos ter uma população saudável de peixes, teremos de criar condições para que os mesmos consigam comer, descansar e acima de tudo, procriar.
Um dos grandes problemas das grandes massas de água com um grande turismo náutico, é que as margens onde os peixes deveriam estar a fazer a sua desova, é castigada e destruída na época de maior turismo pelas ondas criadas pelos grandes barcos, destruindo assim habitat propício à desova. Muitas das vezes estas ondas empurram terra da margem para a água e tapam os ovos e mesmo os insectos que vivem junto à margem e que os peixes mais pequenos se alimentam.
Prevenindo a erosão das margens, estaremos a potencializar a desova.
Margens com pedra, árvores e vegetação, estarão sempre mais salva-guardadas do que margens limpas disso tudo.
Faço um desafio aos pescadores de achigã que leiam este texto, no início de 2017, desloquem-se à massa de água mais perto de vossa casa. Estudem bem as marés se for o caso para terem a certeza que na mará mais baixa a vossa área de desova não fique sem água. (Exemplo o Rio Douro tem maré/flutuação do nível da água).
Descubram um local baixo (entre meio metro e 1.5 metros) como na seguinte figura:
Área com potencial para desova, apesar de que o ideal seria numa zona mais resguardada das ondulações criadas pelo vento ou turismo náutico. Por exemplo, afluentes ou pequenas entradas de água.
Certifiquem-se de que o local tem vegetação e de preferência sedimento que não se desfaz com a ondas, como é o caso da argila ou zona lamacentas. O ideal será pedra, gravilha ou areia. Encontrem locais onde mais ninguém consegue chegar, ou pelo menos que não conheçam para que haja 100% de sossego para que os peixes possam associar-se ao ninho, desovar e ainda proteger as ovas sem que nenhum pescador mal intencionado vá lá e retire o macho ou fêmea do local.
Em casa, entretenham-se e façam estruturas com as que estão nas seguintes imagens:


Área de desova com sombra, importante para zonas muito sujeitas ao sol.


Simples áreas de desova mas com resultados comprovados.


Em zonas já propícias à desova com areia ou gravilha, basta colocarmos separadores para proteger das correntes e dos olhares de outros machos.
Não se esqueçam que o tipo de sedimento ideal para o achigã desovar é a gravilha mas ele consegue desovar em vários tipos de fundo... com ervas, pedras, árvores, areia, lama etc etc etc. Mas a gravilha é o melhor:
Gravilha
Se encontrarem locais propícios à desova mas vêem que tem muita corrente ou ondulação, podem tentar "cortar" um pouco desse movimento de água colocando pedras relativamente grandes dentro de água em redor da zona pretendida, isso irá cortar o movimento da água. Grandes árvores ou estruturas feitas por nós que sejam pesadas podem também auxiliar nesse sentido.

Faço um apelo, em qualquer massa de água perto de vós, desafiem-se e façam algo pela desova já em 2017. Tirem fotos e partilhem comigo pela Página facebook - BassNatur.

Tirarei todas as dúvidas necessárias. Podem fazer isto em grandes massas de água ou em pequenas barragens. O que interessa é fazer e comprovar o que está aqui escrito.

Abraço a todos e boas pescas de inverno.

JBN

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

5ª Prova do circuito Norbass 2016

No dia 18 de Setembro, na Barragem de Sta. Justa, deu-se a 5ª e última prova do Circuito Norbass 2016.
Esta prova era um teste para mim. Encarei-a com muita seriedade tal como fiz com as outras todas, mas com a particulariedade de saber quanto necessitava fazer de peso para tentar ganhar o circuito.

Estudei o melhor que pude a massa de água usando o GoogleEarth, preparei o material e lá arranquei para a prova.

O dia para mim estava bom mas faltava-lhe um pouco de vento para me ajudar nas capturas. Comecei numa entrada de água fora da massa de água principal e rápido me apercebi com 3 capturas sem medida que ali não iria apanhar o que necessitava. Como ia bastante focado e concentrado, mudei de local para perto de maior profundidade e fiz logo 2 peixes com medida. Entretanto e como precisava de peixe maior tornei a mudar de local para fazer um peixe maiorzito e pouco mais.



Nos últimos momentos da prova devo ter tirado uns 10 peixes a rondar os 29 cm e apenas mais um para medir e pesar. Frustação ao rubro...



Acabada a prova tornei a ficar satisfeito por ser capaz de entender e capturar peixe, ficou foi a faltar os maiores bass que esses sim, me salvariam do 4º lugar do circuito final.



Em breve teria o I BIG BASS organizado pela NORBASS que depois colocarei o relato.

Abraço a todos e boas pescas.
JBN